Expresso Continental

domingo, 13 de dezembro de 2009

                                            
     Capitulo 9 - Meias verdades.
  Na manhã seguinte Amy e Jonny tomaram café juntos.
  -Você está tão encantadora - disse Jonny alisando a mão dela.
  -Posso ser sincera? - perguntou ela acanhadamente.
  -Claro...
  -Você é melhor do que eu imaginava.
  -Você imaginava é? - perguntou ele com um sorriso de canto de boca.
  -Até que cansei de imaginar - disse ela rindo.
  -Não sei se você vai gostar de saber... Mas imaginei desde a primeira vez que te vi.
  -Me sinto tão atraente agora. - disse ela puxando-o para perto e sussurrando no ouvido dele - E se eu disser o mesmo?
  -Me sentirei melhor.
  Depois do café eles passaram o resto do dia trabalhando no projeto.
  Um programa ótimo para um sábado - pensou Jonny.
  Quando escureceu Jonny se preparou para ir para casa.
  -Já? - perguntou Amy timidamente - Por que tão cedo? Achei que você fosse passar o final de semana aqui...
  -Isso é um convite? - perguntou ele interessado.
  -Prefiro encarar como uma ordem - disse ela beijando-o.
  -Sim senhora! - disse ele batendo continencia.
  Ambos trabalharam duro durante três meses restantes. Amy tinha vários pesadelos com Jonny e Martin e alguns sonhos românticos também.
  Amy estava sentada em um cais olhando a lua quando Matin sentou do seu lado e disse:
  -O que está fazendo aqui sozinha? Onde está o seu namorado?
  -Ele foi... Ele se foi... Pro mar... Não vai voltar - respondeu ela tristemente.
  -Abandona mais uma vez! Como se sente? - perguntou Martin ironicamente.
  -Sozinha...
  -Não te deixarei de novo - Martin puxou Amy e beijou-a - Eu te amo Amy.
  Martin beijou-a novamente, passou a mão eem seus cabelos e ela começou a chorar. Amy encostou no ombro dele e não parou de chorar.
  -Ele prometeu... - disse entre soluços - Que me protejeria de você... Você prometeu... Nunca mais voltar...
  -Mas ele é exatamente igual a mim! Ele te abandonou! Nós nao cumprimos promessas...
  -Ele... Ele não é como você! Ele... Ele não quis ir embora... Ele não queria... Ele morreu - ela fez uma pausda - Eu não posso me protejer de você! Você precisa sumir! - disse ela nervosa.
  -Mas eu não vou a lugar nenhum!
  -Você vai! Vai para o inferno!
  Amy sacou uma arma e deu um tiro a queima roupa na cabeça de Martin,  o corpo inerete caiu no cais, ela chutou derrubando-o no mar.
  -Você morreram da mesma forma, pelas mesmas mão!
  Amy acordou gritando, ela estava suando e lágrimas caiam descontroladamente de seus olhos. Jonny que estava ao seu lado na cama acordou assustado.
  -Amy! Amy! - ele abraçou-a - Amy! O que houve?
  Ela continuava chorando e não dizia uma palavra. Soluços era tuo que se ouvia. Jonny ficou quase uma hora abraçando-a para tentar acalmá-la.
  -Calma Amy foi só um sonho ruim, já passou - dizia ele repetitivamente.
  -Eu... Eu... - disse ela finalmente - Você acha... Eu... - sua voz estava baixa e histérica - Você acha que eu poderia matar alguém? Matar... Matar você?
  -Do que você está falando? É lógico que não você me ama certo?
  -Eu... Eu acho que sim... Eu não sei... - disse ela baixinho.
  -Tudo bem, você ao menos gosta de mim certo?
  Ela assentiu com a cabeça.
  -Então! - disse ele enfativamente - Vai dar tudo certo.
  -Mas eu te matei no meu sonho! Eu te matei!
  -Vou pegar um calmante pra você. E já volto.
  -Martin! - gritou ela - Eu te matei!
  Jonny voltou a sentar ao lado dela com um copo com água e uma pílula na mão.
  -Eu sou Jonny, Amy. Jonny! E não Martin. Vê? - disse ele sorrindo forçadamente.
  -Oh! Mas... Mas eu te matei também...
  Ele colocou o dedo indicador na boca de Amy e disse.
  -Tome esse comprimido que você se sentirá melhor. - disse ele entregando o remédio e a água - Quando você estiver mais calma podemo conversar, certo?
  Amy tomou o remédio obdientemente e disse:
  -Não posso esperar mais! Tenho que contar a alguém! Isso me aflige muito e creio que não posso guardar isso para sempre!
  -Estou ouvindo minha querida. - disse ele docemente, passando a mão pelos cabelos dela.
  -Vou começar do inicio, primeiro a minha história depois o sonho.
  -Certo.
  -Eu tinha um sonho, uma coisa muito importante pra mim, que eu prezava muito. Quando eu estava perto de me formar eu comecei a estagiar na Ristof Company.
  -Você já trabalhou lá? - perguntou ele  estupefato - Você é simplesmente demais.
  -Eu era a melhor aluna da turma. E fui uma estagiária exemplar, foi assim que conheci Martin Ristof.
  - O criador do Expresso Continental? O engenheiro mais famoso do mundo? Uaau! Você conheceu ele?!
  -Sim, trabalhei com ele. Era assistente dele, ele não era chefe da companhia ainda, ele era apenas o herdeiro de tudo, mas não era muito brilhante, ou ao menos não se esforçava pra isso.. Depois que comecei a auxiliá-lo , ele simplesmente mudou! Tornou-se o melhor funcionário da empresa, não por ser o filho do chefe e sim por fazer projetos inacreditáveis. E finalmente dignificou o nome da família Ristof. "Você era a inspiração que me faltava." Dizia ele.
  "Eu não sei porque, mas ele simplesmente me achava o máximo! Ele começou a me mandar flores e me convidou para jantar. Ele sempre foi uma companhia agradável, bem apessoado, um bom partido em geral. Ele era tão gentil, tão simpático, seria o cara perfeito se não fosse uma coisa, ele era meu chefe.
   Ele se esforçou muito e eu naturalmente me apaixonei por ele. Começamos a namorar escondido, eu estava cega de amor por ele, então fiz a maior besteira da minha vida... - ela fez uma pausa, tomou fôlego e continuou - Fui extremamente ingênua e mostrei meu tesouro pra ele. Meu sonho começou e acabou nesse instante...
  -O que aconteceu com o seu tesouro? - perguntou Jonny curioso.
  -Ele ficou bem, muito bem. Eu e Martin vivíamos juntos um sonho, trabalhávamos bem juntos e nos dávamos bem em casa. Começamos a morar junto cedo, mas parecia natural para o nosso nível de paixão. Mas hoje eu sei que deveria ter esperado, sei que ele só queria meu tesouro, assim que ele colocou seu terríveis olhos nele seus planos mudaram, eu já não era o alvo. A ganância tomou conta dele...
  "O tempo passou e o pai dele adoeceu e ele assumiu a empresa temporariamente. Continuei como ajudante dele, eu já não era mais estagiária, assim a empresa evolui rapidamente, os lucros triplicaram! Martin tinha uma facilidade com finanças e uma imaginação com os negócios, ele havia se tornado um gênio, tudo que aprendi tem um toque dele. Mas o pai dele melhorou e logo retornou ao cargo de chefe e Martin voltou a seu cargo submisso.
  Creio que foi ai que o poder o dominou! O pai achou fantásticas as melhoras que o filho fez, o bem que ele tinha feito a toda empresa, mas não abdicaria do trono tão cedo. Foi ai que Martin ficou cego. Ele passou a dar pílulas ao pai para ficar doente e poder reassumir a presidência e eu como sua companheira acabei encontrando um estoque de remédios na casa onde morávamos e conseqüentemente descobri tudo. Brigamos muito por causa disso e ele me deixou.
  Até ai é uma história normal de um casal que não se deu bem... Mas ele... Ele... Se ele simplesmente fosse embora sozinho eu sobreviveria, sofreria muito menos, mas ele levou o meu tesouro, levou metade da minha vida com ele. Tudo o que restou em mim foi um sopro de vida.
  Eu quase enlouqueci! Fiquei um ano fora de circulação, não saia de casa, não falava com amigos nem com a família, mau comia, não pagava as contas... Até que meus pais me acolheram. Compraram aquela magnífica casa e me arrastaram pra lá. Demorei muito pra me reestabilizar. Foi então que te conheci no trabalho... Igual a ele... O mesmo sorriso cativante, a mesma cor de pela e de cabelo... Mas seus olhos... Seus olhos são diferentes dos dele. Os dele são extremamente azuis e os seus são castanhos-esverdeados. E não são diferentes apenas na cor, os seus são sinceros, e os dele apesar de claros passam uma obscuridade para quem os vê.
  Vocês falam do mesmo jeito, apesar da voz ser diferente, mas você poderia se passar por ele sem ter nenhum problema. Me senti protegida ao seu lado, mas você me lembrava tanto ele... Eu acho que misturo vocês, misturo as ações... Eu tenho medo de te amar... Te amar de verdade, mas também tenho medo que isso seja apenas um resquício do que um dia eu senti pelo Martin.
  Não quero te fazer mau, nem quero sofre novamente... Esse sonho me deixou confusa... Eu posso acabar te fazendo algum mau. No sonho eu tinha te matado e encontrava Martin em um cais nos conversávamos e eu dava um tiro na cabeça dele e jogava o corpo no mar...
  -Calma querida Amy - disse Jonny abraçando-a - Apesar de parecer com ele, eu não sou ele. Eu não vou te fazer mau. E eu não tenho motivos para fazer o que ele fez, você não tem um tesouro... Mesmo se você tivesse um eu seria incapaz de roubá-lo . Você é o tesouro que eu procurava.
  -Eu quero ir ao Expresso Continental e me vingar - ela fez uma pausa - Você vai me ajudar?
  -Eu faço tudo por você.
  -Oh! Jonny.
  -Eu te amo, você tem que entender isso. - disse ele beijando-a.

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