Expresso Continental

domingo, 25 de outubro de 2009

       Capitulo 7 - Relatório
  "Eles caminharam pelo jardim iluminado pelos pequenos postes que ficavam espalhados por todo o local. Depois de um tempo de caminhada Jonny parou na frente de Amy e disse rapidamente:
  -Amy, quer ser a minha garota? "
  Amy ficou olhando fixamente para Jonny, faltavam-lhe palavras, ela não sabia o que fazer. Jonny pegou a mão dela.
  -Waller - soltou Amy - Você é um cara legal e...
  -Eu tenho uma chance? - perguntou ele interrompendo-a.
  -Não me vejo namorando nesse momento e...
  Lembranças invadiram a mente de Amy e a deixaram paralisada.
  "-Amy, todo mundo dirá que isso nunca vai dar certo, que eu sou seu chefe e filho do dono da empresa, mas você é tão incrível e... - Martin fez uma pausa - Quer ser minha garota?"
  Eles são muito iguais. Isso não é possível. Chega a ser absurdo - pensou ela.
  -Amy? - chamou Jonny despertando-a do seu pequeno transe - Você está bem? Você empalideceu do nada.
  -Eu estou bem - disse ela forçando um sorriso. - Eu posso ser sua garota.
  -Sabia que eu tinha me precipitado e...
  -Jonny, eu disse que vou ser sua garota.
  Amy deu um passo a frente e beijou-o
  Era tudo o que eu queria afinal - pensou ele.
  No dia seguinte Amy contou o que aconteceu a sua mãe.
 -Você aceitou? Amy isso é loucura! - disse ela quase gritando - Você não gosta realmente dele! Você só está com ele porque ele lembra o Martin. Porque ele faz você lembrar de momentos bons. Isso não está certo querida.
  -Eu sei que é loucura, mas eu não podia dizer não, ele é tão gentil. - a voz de Amy era quase um sussurro.
  -Será que eles se conhecem? Podem ser irmãos... Agem da mesma forma e a semelhança física é impressionante!
  -Eles não são tão parecidos - Amy parou um instante - Eles tem a mesma cor de cabelo, o mesmo jeito de falar, ambos meio bronzeados, mesmo formato de rosto quadrado e másculo e... - Amy parou atônita - Oh! Eles são iguais!
  -Não me diga que só reparou agora? - perguntou a mãe irritada.
  -Eu só lembrava das ações... Quando você falou que eles eram iguais pensei na forma de agir, mas reparando bem... Não... Não... Nunca pensei que pudessem existir duas pessoas tão iguais.
  -Ele pode ser um sósia enviado pra te espionar.
  -Oh mamãe! Será? O que eu faço?
  -Tome cuidado e investigue.
  -Será exatamente o que eu farei.
  Ao terminar a conversa com a mãe, Amy foi atrás de Jonny, ele estava sentado na varanda com o notebook no colo.
  -Está querendo me passar a perna? - perguntou Amy rindo - Trabalhando sem mim.
  -Não. Não é isso. Eu estava mandando uns emails pra minha irmã. Ela costuma me visitar aos domingos e eu esqueci de avisar que viajei. Liguei pro celular dela, mas ela não atende.
  -Você tem uma irmã? - disse ela sentando ao lado dele. - Eu sempre quis ter irmãos.
  -Tenho uma irmã mais nova.
  Como vou saber quando ele fala a verdade? Como vou saber se ele é de verdade? - pensou ela.
  Amy ficou desconfiada. Então na hora do almoço ela deu um jeito de verificar.
  -Jonny eu acho que o meu notebook queimou. ele não quer ligar. Poderia me emprestar o seu pra eu olhar uns emails?
  -Claro - disse ele levantando para pegar.
  Ele realmente confia em mim? - pensou ela.
  Ele entregou o notebook e Amy foi para a varando onde o sinal da internet era melhor. Jonny pareceu não se importar, e também não fez nenhuma advertência. Ela ligou o aparelho e abriu o navegador, quando entrou no site para tentar entrar no email de Jonny uma surpresa login e senha salvos.
  Que sorte a minha! Assim me poupa mais tempo. Por um instante pensei que eu teria que usar uma das minhas habilidades. - pensou ela.
  "-Como você soube desse projeto? - perguntou Martin - Nem eu sabia da existência dele.
  -Digamos que eu tenha facilidade para descobrir senhas - disse Amy maliciosamente.
  -Nunca vou querer ter uma inimiga como você..."
  Você nunca terá uma inimiga como eu, só terá a mim. - pensou ela com indignação.
  -O que temos aqui? - disse ela para espantar os pensamentos, ou melhor para espantar Martin deles.
  Ela olhou a caixa de entrada, a caixa de saída, rascunhos, até a lixeira. Ela vasculhou cada email que conseguiu achar.
  -Ele não mentiu afinal - disse ela enquanto lia alguns dos emails.
  Cintia Waller era a pessoa com quem ele mais se comunicava, ela sempre mandava emails e ele respondia e vice-versa. Ela estava quase satisfeita até que encontrou um email com o titulo RELATÓRIO.
  -Vejamos o que temos aqui.
  "Caro amigo,
   Não consegui descobrir muita coisa sobre Amy, ela é muito fechada e parece trabalhar por gosto.
  Um dia ela comentou a sua eficiêcia e disse que era apenas por ser nova na empresa e precisava destacar-se.
  Esse jogo parecia interessante, investigar, seduzir, passar o tempo com uma mulher interessante e se dar bem no trabalho, mas não me parece a coisa certa no momento. Não quero continuar com essa brincadeira. Não te fui útil, mas essa sua idéia me arranjou uma nova namorada. Sim ela aceitou namorar comigo e eu realmente gostei disso.
  Minhas sinceras desculpas.
      Jonny Waller"
  O email datava aquela manhã, pouco antes de Amy encontrar Jonny na varanda.
  Mas o que isso quer dizer? A mamãe estava certa? Ele foi pago para me espionar? Ele parece realmente gostar de mim... O que eu faço? -Amy ficou perdida em pensamentos o resto da tarde.

Expresso Continental

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

                                                 Capitulo 6 - Na casa de praia.
  Jonny encontrou Amy na frente da firma, ele entrou no carro e se surpreendeu, Amy parecia mais bonita que de costume, seus cabelos loiros estavam livres do rígido rabo de cavalo, seu rosto estava calmo, sua expressão tensa havia sumido. Ela usava um vestido leve até os joelhos e uma sandália. Parecia uma mulher totalmente diferente.
  Essa deve ser a verdadeira Amy - pensou ele.
  -Bom dia - disse sorrindo.
  -Bom dia - disse ela retribuindo o sorriso.
  Jonny sentiu um leve frio na barriga, o sorriso o fascinara.
  A viagem foi tranqüila, eles conversaram bastante sobre trabalho e quase nada sobre eles.
  Espero que não tenha sido uma má idéia trazê-lo. - pensou Amy enquanto estacionava o seu aconchegante Nissan Teana. 
  Eles saíram do carro e ficaram parados um tempo olhando a casa, era grande, e aparentemente confortável, tinha cor de tijolo, janelas extensas e uma placa na porta escrito "Família Stendford", que trazia um ar convidativo.
  Amy abriu a porta e chamou:
  -Mamãe? Papai?
  Uma mulher loira  de cabelos curtos e olhar maternal apareceu na porta que estava a direita da sala.
  -Amy! - ela correu para abraçar a filha e a abraçou - Que bom que está aqui! Que saudade queria! Seu pai vai ficar tão contente em vê-la. Henry querido veja quem chegou. - gritou ela em direção a escada.
  Todo esse tempo ela pareceu ignorar a presença de Jonny.
  Não demorou muito um homem com cabelos grisalhos e rosto firme desceu a escada e correu para Amy.
  -Querida! Quanto tempo. Espero que... - ele olhou para Jonny e a sua expressão mudou totalmen
te, de alegria para ódio - O que ele está fazendo aqui Amy?
  -Eu... Eu... - tentou se explicar Jonny, mas o  velhor Henry nao parecia querer ouvir.
  -Já te disse rapaz que não quero você aqui! Não toleraria te encontrar na rua, quanto mais na minha própria casa! - ele se virou para Amy - O que deu em você para trazê-lo aqui?
  -Pai! - disse ela calmamente - Vocês ainda não foram apresentados. Esse é Jonny Waller meu colega de trabalho. E não acho educado o senhor ser tão rude com desconhecidos.
  -Desconhecidos? Mas esse é o... - o Sr. Stendford nao pode terminar a frase pois sua esposa puxou-o e tomou a palavra.
  -Desculpe o mau entendido Sr. Waller... Não sei como lhe dizer isso, mas você se parece muito com um rapaz desagradável que conhecemos e... Bom Henry realmente achou que você era ele... Eu também achei, mas percebo que seus olhos... Seus olhos são diferentes dos dele. - ela olhou para a porta, para as malas e finalizou - Bem vamos entrando deixe suas malas no hall e sente-se um pouco pegarei algo para servir para que esse aborrecimento seja esquecido.
  E ao terminar essas palavras ela se retirou e foi para a porta a direita da sala.
  Os três restantes se dirigiram para o centro da sala e sentaram-se. Amy no sofá ao lado de Jonny e o velho Henry na poltrona à frente deles.
  -Então - começou o Se. Stendford - Esse é o seu novo namorado Amy?
  -Não, não senhor... - tentou explicar Jonny mas Henry lhe deu um olhar penetrante que o fez calar-se.
  Ele parece não ter gostado mesmo de mim - pensou Jonny.
  -Não papai. - disse Amy calmamente - Ele é um colega que veio me ajudar, se ele não viesse comigo provavelmente estaria até agora no escritório...
  -Hum! Essa é minha menina sempre eficiente. - disse ele com satisfação.
  -Amy querida - disse a mãe voltando da cozinha - Me ajuda a servir?
  Amy foi para a cozinha ajudar a mãe.
  -Quem é ele? - perguntou ela cruzando os braços.
  -Jonny Waller. Meu colega de trabalho. - respondeu Amy.
  -Você já disse isso! Eu quero saber, como ele pode ser tão igual ao Martin!
  -Ele não é... Ele... Eu não sei... Eu não tenho culpa. Ele apareceu do nada. Me fez gentilezas, me deu almoço e disse que queria me conhecer. O que eu podia fazer?
  -Eu não sei querida.
  Os Stendford não gostaram muito de Jonny, mas fizeram o possível para deixá-lo confortável. Amy  contou a história de sua família, sobre a firma do pai com o tio. Loren contou histórias de quando Amy era pequena.
  Quando escureceu Amy e Jonny passaram o tempo jogando buraco.
  -Ganhei mais uma vez! - disse Jonny.
  -Ganhou? Você esqueceu de contar os pontos... E pelo visto quem ganhou fui eu! - disse Amy com um sorriso de canto de boca
  -Nunca pensei que eu ia te ver sorrindo - disse Jonny encontrando os olhos dela.
  Os olhos castanhos dela estavam brilhando e os olhos dele estavam esverdeados.
  -Qual a cor dos seus olhos? - perguntou Amy num impulso.
  -Bom isso depende da incidência da luz. Se houver pouca luz eles ficam castanhos, mas na claridade ficam esverdeados... Dizem que é mel, mas eu mesmo não sei. - ele levantou-se e continuou - Vou tomar um ar. Quer ir comigo?
  -Sem mim você se perderia nesse jardim.- disse ela levantando-se também.
  Eles caminharam pelo jardim iluminado pelos pequenos postes que ficavam espalhados por todo o local. Depois de um tempo de caminhada Jonny parou na frente de Amy e disse rapidamente:
  -Amy, quer ser a minha garota?  

Expresso Continental

terça-feira, 20 de outubro de 2009

                                                    

                                Capitulo 5 - Primeiro Encontro
  Jonny estava fazendo o seu melhor, mandava flores, comprava almoço, elogiava e tentava esperar ela sair, mas ele nunca conseguia ficar até a hora que ela saia, ele só tinha certeza que ela não dormia na firma porque ele pagava ao pessoal da limpeza para deixar flores quando ela saísse e elas sempre chegavam.
  Jonny resolveu chamá-la para sair. Ele entrou na sala como de costume, um mês de almoço gerou pequenos diálogos e uma amizade diferente. Já era costume ela comprar o café e ele o almoço.
  -Amy! - chamou ele.
  -Oi? - falou ela sem tirar os olhos dos papeis.
  -Amy! - chamou insistentemente.
  -Sim? - disse ela anotando alguma coisa nas pautas.
  -Amy!!
  Dessa vez ela o olhou, ele tinha uma rosa na mão ao invés do almoço. Os olhos de Amy encontraram os de Jonny eles pareciam escuros nesse momento, assim como o escritório, que estava mal iluminado e vazio.
  -Não terá almoço hoje? - perguntou Amy timidamente.
  -Só se você não quiser sair para almoçar comigo - disse ele sorrindo e entregando a rosa.
  -Mas... Mas... - ele a olhou com grandes olhos e um sorriso irresistível - Eu vou...
  Jonny levou Amy para um restaurante próximo, eles fizeram o pedido e assim que o garçom se afastou Amy perguntou baixinho:
  -Isso é... - uma pausa - Um encontro?
  -Apenas um almoço entre amigos - disse ele olhando o o restaurante e dando uma piscadela para ela - Esse não é um bom lugar para o primeiro encontro.
  "-Amy, por que não vamos a um restaurante jantar enquanto vemos esses projetos? - perguntou Martin ansiosamente.
  -Como um encontro? - perguntou ela nervosa.
  -Apenas um jantar entre colegas - respondeu ele com uma piscadela"
  Por que? Por que? O que ele está tentando fazer? - pensou ela ao lembrar...
  -Gostaria de te conhecer melhor Amy. - disse Jonny interrompendo os pesamentos dela - Você está sempre trabalhando, não sai, não se diverte... Queria ver um sorriso seu... - sua voz era doce e sedutora ao dizer a ultima frase.
  -Mar... Jonny - corrigiu-se rapidamente - eu sou nova na firma e todos vocês já tem o respeito necessário, e com essa competição eu preciso ser eficiente...
   Será que ele acredita nessa? - pensou ela.
  -Mas você só trabalha. Você é bonita e interessante - disse ele pegando a mão dela - Sei que só tomo seu tempo com esses almoços, mas eu achai que te conheceria melhor assim... Mas mau conversamos. Eu gostaria realmente de te conhecer.
  -Eu não sei onde você quer chegar - disse Amy diretamente.
  -Você não percebe? As flores, os bilhetes, os almoços... Quero que você seja minha garota Amy.
  -Mas você nem me conhece...
  -É o que eu estou tentando dizer. Eu tentei te conhecer, mas você não deu uma brecha, criei todas as oportunidades, não sei mais o que fazer para me aproximar de você. - ele fez uma pausa. - Topa um cinema no sábado?
  -Esse final de semana eu não posso... No próximo podemos ver um filme depois do expediente e...
  -É o que eu estou falando você nunca faz nada e quando te chamo para sair você tem compromisso...
  -Não é isso... - ela mordiscou o lábio inferior - Eu vivo sozinha na cidade e tem tempo que não vejo minha família então esse fim de semana irei a casa de praia de meus pais e...
  -Perfeito! - disse ele energeticamente - Me leve com você  assim conhecerei a Amy fora do trabalho.
  -Acho melhor não - disse ela nervosamente - Você está indo rápido demais, eu... Eu... Eu não posso chegar com um cara e apresentar a meus pais... Ainda nem tivemos um encontro, nem sei onde você mora, ou o que você gota, você  nunca me deixou em casa e nem tivemos um primeiro beijo, nem chegamos perto de nada disso. Não é assim que funciona Martin! - ao terminar de falar ela ficou boquiaberta e levou a mão a boca.
  Jonny pareceu não se importar com a troca de nomes, mas Amy sentiu-se mau por pronunciar aquele nome novamente.
  -Podemos considerar isso um encontro - disse Jonny feliz - eu moro a três quarteirões daqui, gosto de suco de laranja e de ler antes de dormir, posso te levar para casa depois do trabalho hoje e quanto ao beijo... - ele levantou, debruçou-se sobre a mesa até ficar frente a frente com Amy e tocou levemente seus lábios nos dela - Ai está.
  Amy ficou olhando para Jonny não sabia como reagir.
  Ele tem atitude - pensou ela.
  -Admiro sua força de vontade JONNY - ela enfatizou o nome - Mas não posso te apresentar a minha família como meu namorado, mas quem sabe como um amigo do trabalho?
   -Isso é uma chance?
   -Estou te dando uma chance.
   Os olhos dele estavam claros, quase verdes, contrastando com seus cabelos escuros. O sorriso dele estava tão iluminado quanto os olhos.

Expresso Continental

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


                      
                      Capitulo 4 - Tudo de novo.
  Amy andava apressadamente queria chegar mais cedo no trabalho, faltavam duas horas para começar o expediente. Quando ela chegou a firma estava vazia, com exceção do pessoal que trabalhou a noite, seguranças e serviços gerais.
  Assim que passou pelo segurança diminuiu a velocidade dos passos e passou a andar pesadamente até o elevador e do elevador até a sua sala.
  Com todo esse trabalho extra em breve poderei por meu plano em pratica - pensou Amy se jogando na  sua cadeira.
  "-Depois que o trem estiver pronto você nunca mais precisará trabalhar! - disse Matin alisando o rosto de Amy.
  -Não quero parar de trabalhar, quero apenas construir meu projeto, vê-lo realizado.
  -Realizarei seu sonho..."
  Amy tentou afastar esses pensamentos de sua mente e focar apenas o trabalho. Arrumando os seus papeis ela encontrou uma rosa de plástico com um doce aroma, quase real.
  -Mas... O que é isso? - ela cheirou a rosa e suspirou - Martin...
  O resto do expediente da manhã foi normal e tranqüilo, até que chegou a hora do almoço.
  -Olá Amy -disse uma voz doce.
  Amyy estava atolada em papeis, demorou um pouco e ela olhou pra frente. Lá estava Jonny Waller, seu colega de trabalho, encostado na parede e olhando para ela com grandes olhos acastanhados.
  -Waller? Algum problema? Estão precisando de mim? Você preci...
  -Calma garota - disse ele interrompendo-a  - Só achei que você estava trabalhando demais e...
  -Desculpa mas estou ocupada e...
  -Sei que está ocupa, só trouxe um almoço pra você - disse ele entregando-a um pacote - Percebi que você não tem almoçado.
  -É... Bem... Eu... Eu... -Amy procurava as palavras certas para dizer.
  -Eu ainda não almocei então se importa se eu me sentar e...?
  -Sinta-se à vontade - disse ela energética.
  Amy abriu o pacote e começou a comer, ela não parava de trabalhar. E não  era nem um pouco desajeitada    
fazia tudo com método e ordem. Jonny ficou apenas olhando enquanto comia.
  -Mar... Waller! Obrigada - disse ela sem olhar para ele.
  -Não foi nada - disse ele levantando e saindo.
  "-Você trabalha demais Amy - disse Martin com a caixa de almoço na mão - Você precisa comer, precisa se cuidar.
  -Eu preciso terminar isso logo! Amanhã será a reunião final e eu quero apresentar minhas idéias.
  -Assim você vai ficar doente. Ao menos coma. Não quero te perder por uma besteira dessas."
  Amy passou o resto do dia pensando em Jonny.
  Como ele foi gentil! Mas por que se preocupar?
  No dia seguinte para retribuir a gentileza Amy comprou café e brioches e deixou na mesa de Jonny com um bilhete de agradecimento.
  Ao chegar a sala ela se surpreendeu com mais um rosa em sua mesa e dessa vez com um bilhete acompanhando.
  "O almoço de hoje será mais cedo, espero que goste."
   -Não pode ser! - exclamou Amy.
   "No seu segundo mês de estágio na firma Ristof, Amy encontra um ramalhete de rosas em sua mesa com um bilhete ALMOÇA COMIGO?"
   Por que está acontecendo de novo?

Expresso Continental

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

                                                      Capitulo 3 - O plano
  Amy começou a trabalhar como uma louca. Passava quase todo seu tempo na firma. Fazia hora extra, entregava projetos antes do prazo, sempre tinha novas idéias.
  Seus colegas começaram a ter inveja do trabalho árduo dela. Por isso sempre recebia olhares pesados e sentia a atmosfera mudar sempre que entrava na sala.
  Ela dividia a sala com dois colegas Renan e Esbert e ambos pareciam odiá-la.
  Não preciso desses dois - pensava Amy toda vez que entrava na sala e via seus rostos furiosos.  
  Passaram-se dois meses e a eficiência de Amy só aumentava, assim como a inveja, o ciúme e o ódio de seus colegas.
  -Temos que fazer alguma coisa para parar a Amy - disse Renan
  Cerca de quinze colegas estavam reunidos na casa de Renan, como era de costumes nos dias de folga.
  -Ela não deve estar trabalhando tanto por causa do prêmio, ela odeia aquele trem! - disse Samuel.
  -Então porque tanto trabalho? Por que tanta eficiência? - perguntou Renan.
  -Talvez ela esteja precisando de dinheiro. - sugeriu Lucia.
  -Ou talvez ela esteja querendo ganhar o concurso! - disse Renan irritado.
  -Mesmo que ela não se esforçasse tanto ela provavelmente ela ganharia - disse Esbert - ela é eficiente e é a queridinha do chefe.
  -Precisamos descobrir o porque ela está agindo dessa maneira - disse Renan pensativo - ela nunca sai, não tem amigos, não tem família... Qual é o problema dela?
  -Ela podia arranjar um namorado - comentou Amélia.
  -Exato! Amanhã irei começar a operação conquista - disse Renan energeticamente.
  -Você não! -disseram Lucia e Amélia em coro. (as únicas mulheres do grupo).
  -Por que não? - perguntou Renan indignado.
  -Você é colega de sala dela...- disse Amélia.
  -É! Se fosse de algum dos dois ter interesse, já teria rolado ao menos um olhar. - completou Lucia.
  -Então quem poderia fazer isso? - perguntou Esbert.
  -O Jonny - disse Lucia.
  -Ele é perfeito para isso. Sempre que ele passa ela dar um olhada nele. E ele é exatamente atraente. - disse Amélia dando uma piscadela para Jonny.
  -Eu?! - disse Jonny pondo-se de pé.
  -Ele?! - disse Renan ficando do seu lado.
  -Você aceita Jonny? - perguntou Esbert
  -Ela é tão... Tão... Tão... - se embolou Jonny.
  -Linda? - perguntou Renan.
  -Sim. Ela é bonita atraente, mas... Não parece gostar de homens. - disse Jonny.
  -Mas se ela gostar... - disse Amélia - Você será exatamente o tipo dela...
  -Se é assim! Ajudarei vocês! Em breve Amy Stendford será minha mais nova namorada! - disse Jonny confiante.

Expresso Continental

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

                                      
                                Capitulo 2 – Motivação
  Amy acordou contente aquela manhã, fazia tempo que não se sentia tão leve, tão disposta. Ela teria uma entrevista de emprego, e o que mais queria era trabalhar, esquecer os problemas, esquecer os pesadelos, esquecer aquele que um dia ela amou.
  -Serei uma nova Amy Stendford! – disse ela vigorosamente ao levantar.
  Ela chegou cedo para a entrevista estava nervosa, ela não era boa com pessoas, tudo que gostaria era de ficar em um local fechado com seu raciocínio, com seu trabalho. Mas para isso precisaria conseguir um primeiro. Essa seria a décima entrevista esse mês, mas algo lhe dizia que se sairia bem dessa vez.
“ – A senhorita tem recomendações esplendidas! – dizia o chefe – Se não se importar ficaremos com o seu currículo e faremos algumas ligações para checar e se tudo der certo...”
   E quando eles diziam isso sabia que não daria. Ela foi uma excelente aluna na escola e na faculdade, seu tempo de estágio foi bom, mas a primeira recomendação era de Martin Ristof.
  Ele não pode me deixar em paz? – pensava ela – Não bastava acabar com meu passado, tem que acabar com meu futuro também?
  Quando os chefes telefonavam Martin alegava nunca ter conhecido tal pessoa, que deve ter sido um engano. Talvez ele não soubesse que se tratava de um emprego, mas a sua palavra contava muito e então nunca telefonavam para Amy. Quando ela descobriu o porquê nunca era contratada, ela removeu o nome da firma Ristof do currículo e dessa vez ela seria contratada.
   -Amy Stendford – chamou uma voz distante.
   No mesmo instante Amy levantou nervosamente, ajeitou a roupa, respirou fundo e se encaminhou para a sala do chefe.
   -Bom dia Srta. Stendford. Sou Albert Lorely e estou a procura de uma pessoa competente. Você que se encaixa no perfil da firma?
  -Sim senhor... É uma firma conhecida e respeitável, ficaria muito feliz em poder trabalhar aqui.
  Assim começou a entrevista, sem o nome da empresa Ristof as coisas pareceram ficar mais fáceis, não houveram telefonemas, nem conversa fiada. Uma semana depois Amy começou em seu novo emprego.
  Darei a volta por cima e me vingarei! – pensava ela todas as manhãs para ter animo para o novo dia.
   As noticias do Expresso Continental deixavam Amy estreitamente irritada, ninguém sabia o porquê, mas logo os colegas de trabalho aprenderam e nunca comentava nada perto dela.     
   -Logo a primeira viagem do Expresso Continental será feita com passageiros – Amy ouviu alguém comentar enquanto passava – Ouvi dizer que Martin Ristof irá está a bordo.
    Amy se aproximou para ouvir a conversa, mas todos pararam com de costume.
    -O que você disse? – perguntou ela atordoada – Ele vai estar lá? No trem?
      “ –Amy querida não sei por que você gosta tanto de trens. Pra que um trem que tem tudo que um navio se já temos navios? –dizia Martin enquanto abraçava Amy.
  -Você não entende não é Martin, seria inovador! Esse é o meu sonho, não precisa ser o seu também.
  -Seus sonhos são meus também... Um dia tornarei isso realidade, mas não viajarei nesse trem, odeio o barulho que ele faz – ele sorriu encantadoramente e a beijou.”
   -Amy? – chamou uma colega – Você não gosta mesmo desse trem não é?
   -Não! – respondeu ela rispidamente – É uma coisa absurda! Um trem como um navio. – Amy ria ironicamente.
   -Então você não vai participar do “concurso”? – perguntou a mesma colega em um tom sarcástico.
   -Que concurso?!
  -O melhor funcionário nesses 6 meses, ganhará uma passagem para o trem com tudo pago...
É lógico que vou participar! E vou ganhar! – pensou Amy.

Expresso Continental

quarta-feira, 14 de outubro de 2009


          C            Capítulo 1 – Expresso Continental

  O Expresso Continental será testado hoje, o magnífico trem fará um pequeno percurso e no próximo dia 10 fará a grande viagem do norte da América até a Europa, mais especificamente de New York até Londres.  "Além de suportar viagens transatlânticas, os vagões não são menos que o paraíso" diz Matin Ristof o incrível engenheiro que projetou e fez possível essa obra. "Quando tudo estiver pronto o Expresso Continental poderá dar a volta ao mundo" diz o prefeito de New York, e ainda brincou "Nada melhor que um transatlântico sem as tormentas do mar." Apesar de ser um projeto totalmente particular muitos países patrocinaram a construção dos trilhos e vagões. "Com a maior estação do mundo, do melhor trem do mundo instalada aqui o turismo será incrível! Não que precisemos de uma coisa assim para nos visitarem, já que Paris é uma das cidades mais visitadas do mundo. Mas tendo os dois ninguém vai querer conhecer outro país!" alegou o Primeiro Ministro da França...

  Amy lia uma parte da primeira página do TIMES. Todos os jornais só falavam do incrível, magnífico, sensacional trem. 
   "Como surgiu essa idéia Sr. Ristof?" perguntou a jornalista "Simplesmente adoro viajar, adoro trens e me sinto enjoado no mar." respondeu Martin Ristof sorrindo.
   Ela não sabia o que fazer, queria esquecer o trem, queria esquecer  Martin, mas todo lugar que ia só falavam do EXPRESSO CONTINENTAL! O que um dia foi um sonho agora parecia um pesadelo! Quem imaginaria que a pequena Amy seria a criadora do projeto do mais luxuoso trem de todos os tempos? Ninguém! Porém o inacreditável começou com pequenos desenhos e brincadeiras.Amy tinha apenas 11 anos quando começou o projeto do expresso continental. Ela sempre sonhara em rodar o mundo com um trem. Apesar de parecer impossível não custava sonhar. Em seu trem teria tudo, seria como um transatlântico sobre trilhos. Inovador!  As pessoas prefeririam ficar no trem a ir num hotel, a viagem não era desgastante, era simplesmente a melhor aventura que se podia imaginar. E o melhor que ele podia fazer era longas viagens de um continente a outro.
Filha de um arquiteto e uma contadora, Amy adorava contas e desenhos, sempre que podia ficava observando o trabalho dos pais. O projeto do enorme prédio no centro da cidade era o que ela mais gostava, o pai trabalhava com o tio Morgan que era engenheiro e juntos eles fizeram a planta do melhor prédio da cidade. Amy conseguiu ficar com o esboço inicial era simplesmente sensacional, para ela era como um tesouro e ela o guardava como tal.
Amy passou 15 anos da sua vida sonhando com seu trem magnífico, ela desenhou todos os detalhes dele, as cabines, os salões de festas, os restaurantes, os salões de jogos, as boates, o SPA, tudo que ela queria que fosse verdade em um trem.
Após todo esse tempo desenhando e calculando medidas, estava tudo perfeito, mobília, espaço, satisfação. Para ela aquilo nunca seria possível, mas sempre que tinha tempo livre dedicava um pouco para seu projeto secreto.
Até que ele apareceu, ela o amou, ele a prometeu a realização de um sonho, e cumpriu.
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